Gente como eu às vezes é preterida em cargos mais altos porque fala o que quer e não o que o patrão quer ouvir. Sou paga pra trabalhar e fazer as coisas funcionarem e não para agradar alguém. Mas alguns (poucos, é verdade) chefes não pensavam assim. Logo davam um jeito de me mandar pra bem longe. Demitida, se fosse possível.
Eu nunca soube fazer o jogo da puxa-saco-agradecida-por-estar-graças-a-deus-trabalhando-aqui. Nunca tive talento para sorrir quando me sentia insatisfeita e muito menos para concordar quando achava tudo medíocre. “Você olha para ele com cara de desprezo”, me disse um colega sobre a expressão meiga com a qual eu fuzilava um patrão. “E ele percebe.”
Um deles chegou a dizer – fiquei sabendo – que eu me achava melhor do que todo mundo. Eu não me achava melhor do que todo mundo, tive colegas brilhantes com quem aprendi muita coisa. Mas eu era certamente mais capaz do que o tal chefe. A maioria das pessoas com quem eu trabalhava nessa empresa, com quem dividia o café ruim e a insatisfação eram mais capazes do que ele.
Me diz, como essas pessoas viram chefes?
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A vida é muito curta para ter chefes sem talento